MANOEL BARBOSA
( Minas Gerais – Brasil)
Ator, performer, poeta e dramaturgo. Também é diretor e produtor teatral.
Nascido em 06 de outubro de 1964. em Central de Santa Helena/ Minas Gerais. Tem participação em diversas antologias publicadas no Brasil e em outros países.
Escreve poemas, contos e textos teatrais em diversos idiomas. Tem publicado alguns livros autorais sem alguns deles: “SANGUE E BLUES”, “UIVOS URBANOS” E “ATMOSFERA”.
CHAMADO
Um chamado surge em brisa matinal de outono
expressa tom de liberdade num inspirar nostálgico.
Sigo caminhada, à frente mais um belo encontro
sol de primavera, manhã alegre num inspirar poético
também sugestivo à atenção, tempo, reflexão.
Mais uma vez... Verão ardente levando ao desejo
contemplação da beleza transpirar sensualidade
mas o acordar para o real explícito e latente diz...
Tudo paliativo para tempos de riscos
risco de tropeço
de encontro com a força assassina
sedenta e sanguinária
psicopatia e genocídio a pontuar na terra ensolarada
terra de luz ou terra santa, sangrenta
malvada ou castigada
a terra, poder e ganância
luxúria e belos jardins, pedras
preciosidades e abundância de miséria escancarada
floresta em clamor agonizante cruelmente
devastada
tanto quanto a banalização da assombrosa cegueira
idolatria a velar a realidade
mas a verdade sugere o amor.
FEZ-SE
Ela chegou e fez-se pouso em mim
fez-se água saciando minha sede
fez-se cristalina diante da cegueira do querer
não fez milagre, mas tornou-se vinho
quanto à qualidade não comentarei
algumas vezes de embriaguei
não fez milagre, eu sei, mas o vinho... ah!
Agora vinagre, acidez, azedume se fez, nebulosa não
fizemos milagre, mas nos fizemos distância voos,
lembranças, nos fizemos saudade e o seguir.
CEM POEMAS CEM MIL SONHOS; homenagem aos 50 anos da Passeata dos Cem Mil: maior manifestação popular contra a Ditadura Militar no país. Organização: por Rodrigo Starling. Entrevista com Vladimir Palmeira. Belo Horizonte: Starling, 2018. 176 p. 14 x 20 cm. Capa: Jackson Abacatu. N. 09 814
Exemplar da biblioteca de ANTONIO MIRANDA
INSANO
Um cio, um chamado profano
perversidade latente em dias que correm
noites de crônica necessidade mundana.
Olho-me, a poça, o espelho, insano me vejo
reconheço-me em afinidades, o mal fortalecido
comunhão de forças malfeitoras, vagueio
comboio em mergulho no inferno urbano
confraria de loucos nutridos de um vazio condutor
consequência protagonista, caos contemporâneo.
TRIBO HI-TECH
Modernos, loucos, eu e...
Tantos outros insensíveis, invisíveis
algumas medalhas, indecisões
muitos os caminhos, tantos quanto as pedras
formas cordiais em desfile
estereótipos, irreverentes, reverências
loucos a desfilar diferenças
movimentos, momentos, carência.
A selva hi-tech traga os dias, sentimentos
tribo em meio às vias inundadas por aço e caos
forças atrativas, beleza fatigante e inspiração
contagiosa necessidade de cortejo à mesmice
excita o fortalecimento à tribo hi-tech
observada pela simplicidade
às margens do óbvio a sugerir atenção.
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Página ampliada e republicada em maio de 2025.
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Página publicada em dezembro de 2021
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