MANOEL BARBOSA
( Minas Gerais – Brasil)
CHAMADO
Um chamado surge em brisa matinal de outono
expressa tom de liberdade num inspirar nostálgico.
Sigo caminhada, à frente mais um belo encontro
sol de primavera, manhã alegre num inspirar poético
também sugestivo à atenção, tempo, reflexão.
Mais uma vez... Verão ardente levando ao desejo
contemplação da beleza transpirar sensualidade
mas o acordar para o real explícito e latente diz...
Tudo paliativo para tempos de riscos
risco de tropeço
de encontro com a força assassina
sedenta e sanguinária
psicopatia e genocídio a pontuar na terra ensolarada
terra de luz ou terra santa, sangrenta
malvada ou castigada
a terra, poder e ganância
luxúria e belos jardins, pedras
preciosidades e abundância de miséria escancarada
floresta em clamor agonizante cruelmente
devastada
tanto quanto a banalização da assombrosa cegueira
idolatria a velar a realidade
mas a verdade sugere o amor.
FEZ-SE
Ela chegou e fez-se pouso em mim
fez-se água saciando minha sede
fez-se cristalina diante da cegueira do querer
não fez milagre, mas tornou-se vinho
quanto à qualidade não comentarei
algumas vezes de embriaguei
não fez milagre, eu sei, mas o vinho... ah!
Agora vinagre, acidez, azedume se fez, nebulosa não
fizemos milagre, mas nos fizemos distância voos,
lembranças, nos fizemos saudade e o seguir.
*
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Página publicada em dezembro de 2021
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